Pilas e Pipis

Qyron

Maniac
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Aug 16, 2006
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Bem, ali atrás fala-se da bissexualidade feminina.

Admito que já estou vacinado contra ela.

Mas há algo que quero pôr aqui a debate: o que realmente define os nossos (pre)conceitos sexuais e sociais?

O fatbird2006 sublinha que entre as mulheres há uma maior naturalidade e à-vontade para existir espaço para a proximidade física e emocional, o que é diametralmente oposto à verdade dos homens, em que dois homens podem dar-se muito bem, sim senhor, mas nada de intimidades.

Ora vamos aqui explorar (entenda-se chafurdar) este assunto e ver se conseguimos desenvolver uma opinião acerca disto.

Vou usar a minha experiência pessoal e abrir o debate.

Sou descendente de uma família tradicional portuguesa. Católica e coisa e tal. Espantosamente, desde bébé que sempre fui inclinado a beijar os meus amados (uso o termo porque parentes eu considero tudo o que está além do 3º grau de familiaridade), independentemente do género. Ainda hoje me inclino e beijo o meu pai, qualquer um dos meus tios ou primos e o meu avô com um beijo no rosto, publica ou privadamente. Para mim é algo de natural. Tive, até há bem poucos anos inclusivé, uma forte amizade com dois rapazes da minha idade em que não se sentia o problema de trocar um beijo de saudação no rosto; hoje o grupo está parcialmente desfeito, mas ainda mantenho a amizade com o que permanece em território nacional.

Cresci também educado por mulheres. Sou o produto da influência de 5 mulhres diferentes. E cresci fomentado para um modelo de homem que não se retrata em nenhum dos meus ascendentes masculinos: o meu pai e meu avô representam o cânone do homem fechado, austero e emocionalmente fechado, duro.

Hoje, volvidos os anos da infância e da adolescência, quando olho para trás sinto que se me tivesse aproximado mais do modelo que os homens da minha família me ofereciam a minha vida seria certamente mais fácil, mas muito menos rica do que é.

Eis o exemplo prático: não sou aquilo que posso considerar um homem bem-parecido. Apesar de alto e fisicamente bem constituido, nunca fui possuidor do charme que outros possuem. Sempre fui introvertido e propenso a intelectualizar.
Por contra-partida, os meus pares sempre evidenciaram o comportamento machista (lamento, mas é assim que o classifico) que sempre me repugnou. E eram espantosamente bem sucedidos com o sexo oposto. Engraçado será dizer que era sempre eu que acabava a ouvir os desabafos desgostosos delas quando o mais que tudo decidia trocar a actual pela gaja do lado ou mesmo pela melhor amiga dela, mas nunca fui além disso.

Portanto, e é esta a primeira de uma série de perguntas que quero pôr a debate, porque razão é que vocês mulheres passam a vossa adolescência com os olhos postos no atleta e depois acabam a assentar com o caixa de óculos que ignoraram durante todos esses anos?

Sei que fiz um desvio à introdução, mas espero que entendam o porquê do desvio com o desenvolver do tópico e o aparecimento das próximas perguntas.
 
Qyron said:
Portanto, e é esta a primeira de uma série de perguntas que quero pôr a debate, porque razão é que vocês mulheres passam a vossa adolescência com os olhos postos no atleta e depois acabam a assentar com o caixa de óculos que ignoraram durante todos esses anos?

Sei que fiz um desvio à introdução, mas espero que entendam o porquê do desvio com o desenvolver do tópico e o aparecimento das próximas perguntas.
Noutro thread perguntaste acerca do/a nosso/a príncipe/esa encantado/a. Acho que a resposta a essa pergunta vai variando à medida que vamos crescendo e amadurecendo. Na adolescência, provavelmente, quer para as mulheres quer para os homens, essa resposta centra-se muito mais na parte física, mesmo porque ainda é uma fase em que a personalidade de cada um está em formação e é frágil e vulnerável a pressões externas. E digo quer para as mulheres quer para os homens porque me parece que estás a ser injusto. A coisa funciona para os dois lados, e se o caixa-de-óculos ainda consegue ser amigo da rapariga popular e emprestar-lhe um ombro para chorar quando é preciso, a caixa-de-óculos gordinha nem a isso consegue almejar. Se pensares bem, a generalidade dos rapazes dessa idade ainda eram mais cruéis e centrados nas aparências e percepções do que atribuis às raparigas.
 
Calma, que ainda a missa vai no começo e andor só vai no adro.

Já acrescento mais ao que disse. E também tenho consciência disso que dizes. Mas ali só faço referência à minha experiência pessoal; o objectivo é generalizar.
 
a verdade e que outra vez nao entendo qual e a pergunta... :(
 
Munachi said:
a verdade e que outra vez nao entendo qual e a pergunta... :(
O Qyron perguntou porque é que durante a adolescência as mulheres preferem os homens mais bonitos e parvos, e depois de adultas acabam por ficar com aqueles que antes ignoravam.

(Talvez isto tenha algo de Why do teenage girls prefer Superman but when they grow into women, they end up with the Clark Kent that was always there for them? :D)
 
ah okay... nao sei... de adolescente ninguem se interesou para mim...

bem a verdade e que até agora o fisico tem importancia para mim. nao tanto como antes, e tambem a minha definicao de bonito pode ser outra da geral... mas se nao me sinto atraido fisicamente entao nao me sento atraido... mas tambem se nao me sinto atraido mentalmente tambem nao me sinto atraido...

mas a verdade e que para adolescentes acho que nao e o mesmo ser bonito que e importante, mas o ser "cool"... e isso pode ser porque em geral para adolescentes o "status" tem muita importancia, e um namorado tambem e um simbolo de status... a outra coisa e que probavelmente querem alguem que parece muito forte e com grande confianca de sim, porque se elas mesmas sintem-se timidas nao querem que ele tambem esteja timido...
 
É ponto assente que a primeira atraccao é fisica... É um axioma e ponto final, agora o passar de "descartavel" a uma relacao estavel é o conhecer do que esta por dentro do "embrulho".

A puberdade é uma fase instável e relativamente rápida, logo existe uma necessidade de espansão e conhecer novos horizontes, por onde passam conquistas e paixões. Não sendo muito mais do que isso, existe uma "espécie" de seleccão natural (não a de Darwin aqui...), ou seja, safam-se os que apresentam feicões mais atractivas ;)

Á medida que se vai amadurecendo existe a necessidade de estabilidade, comunicacão e entendimento... as "aventurazinhas" comecam a perder piada e, de certa forma, sentido. A escolha do/a parceiro/a baseia-se num leque de qualidades que transcende o que anteriormente era só físico.

Em que é que acham que a história do "patinho feio" se baseia? :cool:
 
Eheh...

A ver se isto espevita.

1) a 1ª fase da atracção é puramente física - correcto

Levam-se 90 segundos a decidir se gostamos de uma pessoa, independemente do género.

2) somos seres visuais - correcto

Por alguma razão a natureza nos fez como somos. Os apêndices adiposos que as mulheres exibem debaixo do queixo (mamas, para quem se fizer desapercebido) são inuteis e até incómodos para uma vida física activa. Mas estão lá para chamar a atenção dos homens, tal qual uns lábios avermelhados (mimetizam a vagina e reproduzem-na, pois incham e avermelham durante a excitação sexual) e umas ancas largas (indicam reservas de gordura, o que é biologicamente uma garantia para uma gravidez saudável).

Pelos homens, o peito largo e uma caixa toráxica volumosa acentuam a sensação de segurança que biologicamente é imposta às fêmeas (mulheres) procurar num homem. Musculatura desenvolvida é um paradoxo pois ainda temos um órgão capaz de detectar até que ponto um indivíduo musculado é saudavelmente musculado ou não através da captação de hormonas (órgão vomeronasal)

3) a biologia ainda manda muito - 65% vs 35%

A biologia é o jump starter, mas a emocionalidade é o factor decisivo.
Estamos biologicamente programados para formar pares mais ou menos estáveis, com uma pequena premissa para promiscuidade limitada.

As mulheres são biologicamente pre-condicionadas para estabilizar com um parceiro mas têm a abertura para "procurar" reforços genéticos (sementais); os homens estão biologicamente programados para se tornarem protectores para c/ as companheiras e os filhos delas (a menor dimensão física feminina contém uma armadilha para o homem, pois ilude a nossa biologia num sentimento de protecção compulsivo - é mais pequeno que eu, logo, não é ameaçador, logo, tem de ser protegido), embora tenham a premissa de procurar por fora (espalhamento de genes mas asseguramento de propagação ao escolher uma companheira "fixa").

Isto é tudo muito bonito mas a pergunta é esta: dizem que os homens são infiéis, mas se os homens não se andam a enrabar uns aos outros, com quem é que eles traem?

Porque a fidelidade para as mulheres é, quintessencial.

2ª Volta!
 
Parece-me que para aí 65% do que disseste nessa 3ª parte é mais baseado em estereótipos ultrapassados do que na realidade. Concordo com o que disseste em 1) e 2), mas essa de que a fidelidade para as mulheres é essencial, é de gargalhar. Em primeiro lugar, as estatísticas mostram que os números estão equilibrados, quanto a esse aspecto. Em segundo, e sobretudo, repara bem na forma como a maior parte dos homens reage quando descobrem que foram traídos: como se isso pusesse em causa a sua virilidade e a sua própria condição de homens.
 
Lê "Os sexos humanos" de Desmond Morris.

Está lá tudo.

Admito que devo ter feito ali uns quantos atropelos e que o condicionamento social é muito relevante, mas aquilo que refiro são predisposições biológicas cientificamente provadas.

Porque a fidelidade para as mulheres é, quintessencial.

Caso não tenha sido óbvio, estava a ser irónico.

DAH!
 
nao existe nada provado nesse mundo. nao e nem provado que ha homens e mulheres, e que os homens sao como sao e as mulheres sao como sao. ou algo assim...
 
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