"Os Grandes Portugueses"

Lauren Hynde

Hitched
Joined
Apr 11, 2002
Posts
21,061
Já se falou no LusoBlog acerca disto. "Os Grandes Portugueses" é um programa da RTP que se propõe eleger a personalidade mais marcante da História de Portugal. Qualquer pessoa pode nomear quem quiser, bastando para isso clicar aqui até ao dia 31 de Outubro.

Isto é tudo um bocado palhaçada, porque torna-se mais num concurso de popularidade do que um reflexo da realidade histórica - o que explica o meu voto no grande Manuel João Vieira, em resposta a acertada solicitação do ElPila - mas em quem é que vocês votaram/votariam? Quem é/foi, na vossa opinião, o maior português de todos os tempos?
 
Já sei que este thread não foi um grande sucesso e que ninguém está interessado nisto, mas como saiu a lista dos 10 finalistas, cá vai:

D. Afonso Henriques | Rei
Álvaro Cunhal | Político
António de Oliveira Salazar | Político
Aristides de Sousa Mendes | Diplomata
Fernando Pessoa | Poeta
Infante D. Henrique | Estadista
D. João II | Rei
Luís Vaz de Camões | Poeta
Marquês de Pombal | Estadista
Vasco da Gama | Navegador

Eu vou estar a torcer pelo D. João II.
 
fatbird20006 said:
Grandes portugueses... ainda ha disso?
Se usas a palavra ainda, é porque achas que já houve. E dado que todos os 10 finalistas estão mortos, estás a reclamar de quê?
 
Estão toda a gente em todo o lado passou semanas a discutir os resultados ridículos desta coisa, e aqui ninguém avança com um comentariozinho sequer?

Só para recordar:

1.º - António de Oliveira Salazar - 41,0%
2.º - Álvaro Cunhal - 19,1%
3.º - Aristides de Sousa Mendes - 13,0%
4.º - D. Afonso Henriques - 12,4%
5.º - Luís de Camões - 4,0%
6.º - D. João II - 3,0%
7.º - Infante D. Henrique - 2,7%
8.º - Fernando Pessoa - 2,4%
9.º - Marquês de Pombal - 1,7%
10.º - Vasco da Gama - 0,7%

N.º total de votos válidos recebidos: 159 245
 
Já agora, num estudo de opinião mais científico do que ficar à espera de chamadas de valor acrescentado, foi este o resultado:

1.º - D. Afonso Henriques - 21,0%
2.º - Luís de Camões - 15,2%
3.º - Infante D. Henrique - 11,2%
4.º - D. João II - 10,5%
5.º - Fernando Pessoa - 8,8%
6.º - Marquês de Pombal - 7,6%
7.º - António de Oliveira Salazar - 6,6%
8.º - Álvaro Cunhal - 6,3%
9.º - Aristides de Sousa Mendes - 5,9%
10.º - Vasco da Gama - 2,4%

NS/NR: 4,5%
 
Não há muito que comentar, na minha óptica.

D. Afonso I foi, é e sempre será o derradeiro tuga. Afinal, sem ele aida hoje seríamos um pequeno condado e muito provavelmente estaríamos a usar muitos "olé-olé" e "puta madre" na linguagem corrente.

Ou falaríamos árabe, quiçá...
 
Duvido que o Vieira fosse capaz de levantar a espada do D.Afonso Henriques...
 
E sem ele não existiria Portugal, logo não existiria o Porto, logo não existiria Vieira.

c.q.d
 
Já se vê aquilo que ele me interessa.
Mas não deixa de ser português, certo?

A minha afirmação anterior mantém validade.

c.q.d.
 
Last edited:
Em relação a este assunto, deixo-vos um comentário que enviei para o fórum geral do concurso no dia a seguir ao programa final:


"Parabéns à RTP e à Maria Elisa. Apesar de se poderem discutir os critérios, trata-se de um jogo, e como tal devem aceitar-se as regras, o que faço, contrariamente a alguns pseudo-intelectuais de esquerda como o que há pouco nos envergonhou a todos durante o programa transmitido a partir do palácio da Ajuda.
Adiante... Portugal teve, tem e terá, gente muito visionária, corajosa e inteligente. Qualquer um dos 10 finalistas possuía essas características. A discussão centrou-se em Salazar porque nunca nos tínhamos deparado com a questão por ela ser tabu, felizmente quebrado.
Da minha simples e humilde situação de cidadão comum, exorto todos os nossos compatriotas a reflectir nos factos: temos as fronteiras terrestres mais antigas da Europa, a maior zona económica exclusiva da UE (18 vezes o território) e uma das mais bem irrigadas orografias de todo o continente, para além do clima, muitas vezes comparado ao da Califórnia; somos um dos povos (2.º se não me engano) que tem maior consumo de peixe per capita e que mais vezes toma banho por semana.
Portanto aquilo que se nos pede, é que, tal como todos os nossos 10 finalistas, sejamos sérios, trabalhadores, inovadores e sonhadores. Temos uma espécie de loucura colectiva que nos leva a realizar actos de bravura inconcebível (mais nenhum país tem forcados). Abracemos o mar que nos acolhe e deixemos-nos de pieguices e modernismos maçónico-decadentes. Preparem-se atempadamente as decisões políticas, estratégicas e operacionais que tanta falta fazem. Recupere-se o sentido de Estado e a alegria de viver em respeito e pluralismo saudável.
Como nos dizia o Sr. Prof. Doutor Adriano Moreira, Portugal não tem nada um povo de brandos costumes, basta reparar que nunca houve mudanças políticas pacíficas.
Assuma-se a necessidade imperiosa de uns serviços secretos eficazes que permitam acautelar os interesses nacionais, de objectivos estratégicos superiores a 4 anos... e por favor, vamos todos ser mais participativos e reclamantes. Aproveitemos a democracia para nos respeitarmos uns aos outros mas também para exigir profissionalismo, seriedade, solidariedade e, acima de tudo, respeito pelo legado que queremos e devemos deixar aos nossos filhos e netos. Pensemos neles em cada dia: quando não nos apetece trabalhar, nem reclamar nem respeitar a natureza nem gritar a nossa indignação colectiva contra os desmandos despótico-partidários de alguns dirigentes mal formados.
Vamos por todos tentar ministrar a vacina ao nosso país, porque de aspirinas já estamos deveras fartos.

O meu voto? qualquer um dos 10 milhões o merece, não deixemos que nos façam sentir abexins. Não o somos de forma alguma.
"
 
Mesmo assim foi um golpe de Estado. O que não precisou de acontecer em Espanha com a morte do Generalíssimo.
 
Não temos as fronteiras mais antigas da Europa. E o comentário da orografia bem irrigada não percebo de onde veio num país com tantos problemas de falta de água. Quanto à referência à Califórnia, é bastante pitoresca.
Gostava de perceber quem foi o primeiro génio visionário a comparar Portugal à Califórnia, provocando um tsunami posterior de referências idênticas. A Califórnia pode ser várias vezes maior do que Portugal e ser mais próspera do que a maioria dos países do mundo (incluindo a maioria dos estados europeus) sem sequer ser um país independente, mas, que raio, lá também faz muito sol, cultivam citrinos e têm uma grande linha de costa. Temos potencial para ser iguais. Se, ao menos, tivéssemos espiões competentes.
 
ElPila said:
Não temos as fronteiras mais antigas da Europa. E o comentário da orografia bem irrigada não percebo de onde veio num país com tantos problemas de falta de água. Quanto à referência à Califórnia, é bastante pitoresca.
Gostava de perceber quem foi o primeiro génio visionário a comparar Portugal à Califórnia, provocando um tsunami posterior de referências idênticas. A Califórnia pode ser várias vezes maior do que Portugal e ser mais próspera do que a maioria dos países do mundo (incluindo a maioria dos estados europeus) sem sequer ser um país independente, mas, que raio, lá também faz muito sol, cultivam citrinos e têm uma grande linha de costa. Temos potencial para ser iguais. Se, ao menos, tivéssemos espiões competentes.

Hoje estás com pontaria. Mais uma vez, tudo errado.
Em relação às fronteiras, agradeço que me informes qual é o outro país europeu que mantém o mesmo território, no continente, desde há 900 anos.
As questões da orografia e da comparação com a Califórnia são técnicas e estão relacionadas com a abundância de montanhas, a primeira, e com a circulação geral da atmosfera no hemisfério Norte, a segunda.
 
Tu és bem catita e dizes coisas divertidas. Quanto à orografia, partilho contigo uma história. Há algum tempo atrás, fiz uma viagem pela Grécia e tive ocasião de ver as montanhas que lá têm. Lembro-me de ter pensado "ah, então isto é que é uma montanha". Nunca tinha visto uma, apesar de ser oriundo de uma região de Portugal alegadamente montanhosa. O que me faz pensar, de maneira nada técnica e absolutamente leiga, que Portugal talvez não se possa gabar de ter um território muito acidentado. Mas, afinal, não é o tamanho das montanhas que importa, mas o que se faz com elas. Quanto à circulação geral da atmosfera no hemisfério norte, não me pronuncio. Acho que precisava de um diploma para isso.

Portugal não mantém o mesmo território no continente há 900 anos. Olivença e conflitos fronteiriços à parte, houve aquele pequeno episódio da Reconquista, não houve? Não posso informar-te de países europeus que mantenham o mesmo território há 900 anos porque não existem (também não existem no resto do mundo). Posso é informar-te de países europeus que, fora ocupações esporádicas e perdas de territórios externos, têm quase o mesmo território há mais de 900 anos. A França e a Dinamarca. Também podia acrescentar a Inglaterra, mas como o estado moderno é o Reino Unido (por modéstia inglesa), não posso realmente fazê-lo sem batota.
 
ElPila said:
têm quase o mesmo território há mais de 900 anos.

Pois as nossas linhas, cá do rectângulo, não são nada quase. Foram firmadas por tratados e mantêm-se. Inicialmente pelo tratado de Alcanices e mais recentemente pelo tratado de limites de 1864, que propositadamente deixou por definir a linha na região do chamado "conflito do Caia".
 
Mas expliquem-me lá qual é que é a vantagem de ter o mesmo território há 900 anos? Só quer dizer que ou não há mais para onde ir, ou não estamos interessados nisso.

Se nos vamos gabar de alguma coisa, ao menos que seja alguma coisa que seja de gabar...
 
Back
Top