Hábitos do Tuga

Qyron

Maniac
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Aug 16, 2006
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Admito-me como um apaixonado da índole humana. Observar os pequenos hábitos e maneirismos das pessoas sempre me fascinou. Sou capaz de me sentar num café - ou mais habitualmente num banco de parque - a observar o mundo a correr ao meu redor. E nessas observações descubro sempre aguma coisa interessante, nova, que me faz pensar ou simplesmente me intriga. Deixem-me partilhar um episódio destes.

Ontem, por imposição legal, tive de me deslocar ao Centro Regional de Segurança Social de Lisboa, no Areeiro. Quem conhece sabe que é um pequeno inferno, mas para quem não conhece, afianço que se acamparmos à porta da instituição às 6h30 da manhã, temos grande probabilidade de sermos aí a 30ª pessoa a entrar nos serviços. Eu cheguei lá ás 8h30 e deparei-me com uma fila que quase contornava o quarteirão...

Calmamente (ultimamente ando a tentar investir numa atitude mais Zen), dirijo-me ao fim da fila e lá me planto, directamente atrás de duas senhoras que se entregavam a uma amena cavaqueira, facilmente audível sobre o trânsito intenso que aquela hora ali circulava.
Tenho por capacidade - feliz ou infelizmente - a habilidade de me manter minimamente atento ao que me rodeia mesmo quando leio (o que fazia na altura) pelo que a dada altura captei uma observação da parte de uma das senhoras, na qual a autora afirmava sonoramente que havia perdido a virgindade aos 12 anos (poderão pensar que só me desviou a atenção da minha leitura esta frase, mas quando cheguei já a conversa se cosia por estas linhas) o que, só por si, não me surpreendeu nem chocou. Hoje acha-se um escândalo os adolescentes perderem a virgindade aos 14, 15, 16 anos. Os que os nossos pais não sabem e os nossos avós não lhes contam é que lá na santa terrinha, quando eles tinham a nossa idade, a brincadeira já andava mais avançada. Mas pronto, devemos fazer os nossos esforços para manter os nossos pais convictos que só eles sabem o que é malandrice...

Adiante.

A conversa prossegue e a dada altura oiço novamente a mesma senhora de à pouco dizer que "porque sei como são as coisas é que proíbo as minhas filhas de namorarem enquanto não se formarem", seguido de qualquer coisa na linha de "eu sei como são os homens; por alguma razão tenho 3 filhos, cada qual de seu pai". E por mim, tudo bem. Rico exemplo que esta mãe dá aos rebentos.

Mais alguns minutos e novamente ouve-se uma frase digna de registo:

- O meu filho mais velho tem 27 anos e é um sem vergonha. Anda a saltar de cama em cama, com esta e aquela. Ja podia ter uma boa vida se não gostasse tanto de rata.

Escusado será dizer que a esta altura eu já não era a única pessoa a seguir mais atentamente o diálogo.

Entretanto, e enquanto colhia estas pérolas, ía ruminando interiormente naquilo que ouvia:

- mãe de 3 filhos, cada qual de seu pai - não pode estar á espera de dar grande exemplo ás filhas supra-mencionadas

- feminista fundamentalista/estúpida - se à partida encara os homens como sendo todos iguais, obviamente que não deve ter dado atenção a educar o filho no sentido de quebrar tal padrão, o que logicamente redunda que ele repete os comportamentos que a mãe abomina

- falta de senso do ridículo - uma pessoa que prega a descrição às filhas (havia entretanto mencionado que proibia as filhas de andarem decotadas e a altura máxima que permitia nas saias das filhas era o joelho) não pode fazer o oposto, exibindo o corpo como se estivesse à venda (envergava um vestido que abusava das transparências, que deixava muito pouco à imaginação) e falava que nem uma peixeira

Somando isto tudo, eu já me fartava de rir, porque a dada altura, esgotado o assunto, vira armas para os serviços públicos, queixando-se que era uma vergonha a situação, pois já na sexta-feira anterior tinha desperdiçado uma manhã e tinha acabado por se ir embora, "farta de toda esta merda de gente". Acrescentou também que a localização dos serviços podia ser melhorada, numa zona que tivesse algum comércio, que pelo menos as pessoas sempre se iam distraindo com as montras, porque ela adorava-as. Queixava-se também que era ridículo o valor de subsídio de família que tinha direito e que retiraria a filha mais nova da escola se este ano lhe cortassem o SASE, pois tinha 3 filhos para alimentar e não podia ir roubar para lhes dar de comer.

Resumindo, sem querer, tropecei num chavão da anedota típica portuguesa, mas que muito me divertiu de observar. Os ingleses falam do tempo, o tuga fala mal da admnistração central e cobre-se de ridículo. Acho bem.

Agora acrescentem aqui as vossas cenas.
 
Agora depois de levar o meu garoto a escola ate fiquei parva, entrei na pastelaria e estava uma mesa de senhoras para ai com os seus 50/. 60 anos de idade, a pastelaria cheia, e pesso o meu cafe e sentei-me numa mesa relativamente perto das senhoras ditas, e ao mesmo tempo que ouvia as noticias escotava a converssa das mesmas, diziam que o governo nao prestava e que nas proimas ileicoes que nao votariam, ate ai muito bem, a muita gentinha boa que nao gosta do presidente Bush, eu tambem nao gosto, aqui nos estates nao posso votar porque nao sou cidada americana, mas continuando, uma das senhoras dizia para as outras

"o presidente deveria ser morto"
a outra respondeu muito rapido
"estas doida mulher nao devia nada, ele ate deve ser uma boa foda na cama"
a outra meia espantada respondeu
" tu deves estar doida quem e que iria para a cama com ele sabendo que por causa dele morrem tantas pessoas?"
a atrevida responde
"olha eu seria uma delas ate porque ja nao estou com um homen a um bom tempo"

entretanto eu estava parva com a converssa todos estavamos de ouvido no ar a ouvir tanta estupidez, nos portugueses , bom os mais velhos pelo menos somos mesmo parvos, seja la onde vamos temos que dar o nosso parecer em tudo mesmo qe seja com montes de estupidezes, e eu digo se estas senhoras querem falar de sexo, e para mais de sexo com o presidente dos states porque nao fazelo a porta fechada com as amigas, porque ir para a pastelaria fazer figura de parva?
 
Há muito tempo que vi este thread e não paro de pensar no assunto.

Não consigo encontrar nada que seja algum hábito específico do tuga excepto quanto a comida.

O bacalhau, o cozido à portuguesa, uma farinheira com grelos (já sei que no norte não), carne de porco à alentejana, tripas à moda do Porto e coisas assim...

A propósito tenho muitas saudades de uma boa lampreia à bordalesa.

Eu vivo no estrangeiro e não me noto nada que me identifique como tuga... sou mais um cidadão do mundo e por acaso não convivo com outros tugas, porque nunca se proporcionou.

O meu barbeiro é português, já várias vezes tentei falar com ele em português, mas já desisti. Sempre me responde em espanhol.
 
Penso que o belo do palito é caracteristico do tuga, ou que tem a mania que sabe e arranja tudo...
 
Vai na volta...ainda somos da msm familia entao :D Apesar de ser dificil, existe varios estereotipos do tuga..
 
E que venha qualquer gajo de 20 anos trabalhar para a beira do meu pai a ver se aguenta o ritmo! E à beira dele, nenhum doutor ou engenheiro sabe lá do que for. :D
 
Mais uma vez concordo com o Fatbird.
Também me parece que não temos assim nada de especial que nos identifique. No estrangeiro, costumavam perguntar-nos se éramos gregos, turcos ou italianos...
Talvez as mulheres tugas tenham: a forma como encaram a maternidade, o super-proteccionismo das crias...
As crianças tugas têm de certeza!!! Adivinhem lá o que é?
O chapéu na praia!!!
Uma vez, em Carcavelos, um colega meu americano perguntou-me se em Portugal havia alguma lei que obrigasse as crianças a andar de chapéu na praia.
 
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