Os poemas dos outros

Lauren Hynde

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Mais especificamente, os poemas erotico-badalhocos de grandes poetas mortos e consagrados. Parecendo que não, alguns dos clássicos eram mais pervertidos do que nós todos juntos.

Por exemplo, Manuel Maria Barbosa du Bocage:


Arreitada donzela em fofo leito,
Deixando erguer a virginal camisa,
Sobre as roliças coxas se divisa
Entre sombras sutis pachacho estreito:

De louro pêlo um círculo imperfeito
Os papudos beicinhos lhe matiza;
E a branca crica, nacarada e lisa,
Em pingos verte alvo licor desfeito:

A voraz porra as guelras encrespando
Arruma a focinheira, e entre gemidos
A moça treme, os olhos requebrados:

Como é inda boçal, perde os sentidos:
Porém vai com tal ânsia trabalhando,
Que os homens é que vêm a ser fodidos.​
 
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